BOATO DO MAL

ponto final
BOATO DO MAL
Circula na internet por meio
de spans – e-mails indesejados
enviados à um grande
número de pessoas – uma
mensagem para iludir o eleitor que
demonstra o jogo sujo que a eleição
se transformou. O texto diz que Dilma
Rousseff, candidata a presidente
da República pelo PT, teria afirmado
numa entrevista que “nesta eleição,
nem Cristo me tira essa vitória”. O
mesmo texto aponta que a afirmação
foi feita após a inauguração de um
comitê em Minas Gerais, numa entrevista
à um “jornal local”. A mensagem
leviana não informa o lugar do comitê
inaugurado e nem para qual jornal foi
dada essa declaração. Também não há
nenhum registro, vídeo ou gravação da
E-MAILS ATRIBUEM A
DILMA DECLARAÇÕES
FALSAS EM QUE ELA TERIA
DITO QUE NEM CRISTO
IMPEDIRIA SUA VITÓRIA
entrevista. Ou seja, ela não existiu. As
intenções são óbvias: criar constrangimento
de Dilma com eleitores cristãos.
A notícia acabou divulgada em
toda rede como se fosse verdade.
De acordo com o coordenador
de comunicação da campanha de
Dilma e candidato a deputado estadual
por São Paulo, jornalista Rui
Falcão, a ex-ministra jamais disse
isso: “Ela nunca deu esta declaração.
É uma calúnia. Dilma respeita todas
as religiões e jamais usaria o nome
de Cristo em vão. Ainda mais com
esse tom de arrogância, que não é
do temperamento dela, muito menos
de soberba com os eleitores.” A
assessoria de imprensa da candidata
emitiu uma nota em que afirma
que, em nenhum momento, ela “reconheceu
uma vitória antecipadamente”,
e Dilma tem sido comedida
mesmo diante das pesquisas que a
apontam como vencedora já no primeiro
turno. A assessoria de Dilma
ainda afirma: “É inadmissível que
queiram vencer as eleições com base
em calúnias e difamações.” A declaração
mentirosa se espalhou numa
corrente perigosa, não só através de
spans, mas em montagens grosseiras
no you tube, site de compartilhamento
de vídeos.
Não é a primeira vez que, às vésperas
das eleições presidenciais, boatos
infundados tentam desmoralizar
uma candidatura do PT. Em 1989,
pouco antes dos momentos decisivos
do segundo turno entre Fernando
Collor e Lula, o empresário Abílio
Diniz foi libertado de um sequestro
praticado por integrantes de movimentos
revolucionários clandestinos
da América Latina. Junto com
os sequestradores foram apresentados
materiais de propaganda do PT,
sugerindo um vínculo entre Lula e o
crime, o que jamais foi comprovado.
LIGAÇÃO PERIGOSA: Em 1989, material do PT foi apresentado junto com armas de sequestradores Collor venceu a eleição.
AE
DIVULGAÇÃO
Mensagem leviana que circula na internet acusa Dilma Rousseff de ter dito que "nesta
eleição, nem mesmo Cristo me tira essa vitória", com o objetivo de jogar a candidata
contra os evangélicos. No Brasil, golpes sujos são comuns em véspera de eleição

Comentários